San Pedro Sula, Honduras. No sábado, 3 de agosto de 2024, foi organizada uma caminhada para comemorar o XXI Dia de Defesa da Vida, que aconteceu na Paróquia Coração Imaculado de Maria, em San Pedro Sula, Honduras. O evento reuniu a comunidade com o lema: “Mudando vidas, protegendo o futuro”.
As Irmãs de Maria Imaculada e Missionários Claretianos. Eles respondiam ao massacre de 4 de agosto de 2003, no qual nove membros de uma família foram mortos. Tiros, gritos, pânico, angústia, medo e sangue se misturaram durante a barbárie na humilde moradia onde viviam. Três meninas de 9, 6 e 5 anos sobreviveram com ferimentos à bala, e um menino de 3 anos foi baleado duas vezes. A menina mais velha subiu em uma árvore no quintal da casa e de lá presenciou o assassinato. Este ato de violência impactou a sociedade hondurenha, que infelizmente está acostumada à morte e à impunidade.
Desde então, este dia tem sido comemorado anualmente para aumentar a conscientização sobre a morte e a injustiça generalizadas. As atividades promovidas visam cultivar uma cultura de paz. Este esforço ocorre num contexto marcado pela violência gerada pelas gangues. Acredita-se firmemente que, para reverter esta situação, a educação, a justiça social e a paz devem andar de mãos dadas.
O dia começou cedo com a chegada dos participantes. Havia uma atmosfera simples e alegre que inspirava esperança. É importante mencionar o envolvimento de figuras influentes da comunidade Rivera Hernández, organizações sociais e o apoio de outras iniciativas eclesiais como a “Rádio Progreso-ERIC” dos Jesuítas, a campanha “Não Mate” liderada pelo Padre Leopoldo Serrano, Rádio Luz (estação arquidiocesana), e a presença do Arcebispo Metropolitano Michael Lenihan, O.F.M.
O evento começou recordando o crime em massa ocorrido em 2003 e homenageando as vítimas da violência na região. Com força e determinação, os participantes gritaram: “Basta!” A caminhada incluiu visitas a cinco estações, que serviram como espaços de oração, reflexão, lembrança e canto pela paz. Estas estações destinavam-se a expressar as crenças na vida, homenagear os mártires e orar pelo espírito de resiliência. A caminhada terminou diante da cruz na Igreja de Santo Antônio Maria Claret, nos “Assentamentos Humanos”, onde foi celebrada uma Eucaristia para proclamar a vitória do Ressuscitado sobre o mal e a morte.
Em sua homilia, Dom Lenihan expressou sua alegria ao ver a participação de leigos e religiosos presentes. Agradeceu à comissão que preparou com carinho este XXI dia: Catequistas, Equipe Bíblica, Pastoral Garifuna, Equipe de Liturgia, o coral de Cæleo Gonzales, “Passo a Passo”, Leigos Claretianos, e Padre Jeremias Lemus, CMF.
Meditou sobre a importância da vida e da paz, lembrando-se do quinto mandamento: “Não matarás! Não matarás!” Citando Dom Óscar Romero, reiterou: “Já chega! em resposta à violência generalizada e ao derramamento de sangue. Ele enfatizou a dignidade inabalável e a natureza sagrada da vida humana, enfatizando a responsabilidade de proteger e defender a vida em todas as fases. “Ninguém tem o direito de tirar a vida, só Deus.”
O arcebispo enfatizou a importância da família na nutrição da vida. Mencionou que a família é um espaço privilegiado para incutir valores como o respeito, a fé e a justiça, fundamentais para uma sociedade que valoriza a vida, o amor e a paz. O arcebispo também apelou à paternidade responsável e destacou a importância de cuidar do meio ambiente e dos recursos naturais. Condenou aqueles que ceifam vidas com armas e prejudicam o meio ambiente, afirmando que há comida suficiente para todos, mas a ganância impede que chegue a todos.
Recordando São Francisco de Assis, convidou-os a serem instrumentos de paz e encorajou os participantes a aspirar à paz profunda que vem do Senhor Ressuscitado. Esta paz é a fonte de um compromisso genuíno por um mundo mais justo e humano.
Fonte: Edgardo Guzmán, CMF