O GRANDE SPOILER! JÁ FOI DITO MUITAS VEZES, MAS SÓ VOCÊ PODE VIVÊ-LO.

Experiência da Juventude da Páscoa 2022 – Província de Santiago

Por Laura Martín Montalbán e Jorge Ruiz Aragoneses CMF

  Pascua Joven scaled  

Sinopse

Se tivéssemos que lhe dizer rapidamente do que se trata, nós lhe diríamos: Cristo vive e quer você vivo e isto, meus amigos, significa que nossa vida é uma história diferente. Porque quando ele cruza nosso caminho, nosso significado do que significa VIVER muda. Você quer saber como o vivemos? Nós lhe diremos…

Argumento

Com este slogan, um total de 49 pessoas se preparavam para celebrar juntos a Semana Santa em nossa Casa Claretiana de Los Molinos (Madri). Assim, vivemos juntos jovens de 16 a 18 anos, juntamente com seus monitores pastorais, voluntários e uma representação dos missionários claretianos e do Instituto de Filiação Cordimariana. Viemos de diferentes lugares da província claretiana de Santiago: Colégio Claret de Segóvia, Colégio Claret de Madri, Unidade Pastoral Coração de Maria (Madri), Paróquia Santo Ánjo e la Aurora (Madri) e Paróquia/Colégio Coração de Maria (Gijón), de Quarta-feira Santa a Domingo de Páscoa.

O Spoiler foi claro: Cristo ressuscitou! Mas como isso influencia sua vida? Sem saber muito mais, e após dois anos sem atividades de pastoral juvenil envolvendo viagens e noite, como estávamos acostumados antes da pandemia, demos um passo adiante em nossas posições e decidimos elaborar esta atividade conjunta. Havia muitas perguntas sobre a resposta que receberíamos das famílias e dos jovens, se haveria ou não novos protocolos, e assim por diante. E, no meio de todas as nossas inseguranças, Deus estava colocando ordem em nosso caminho e no dia 13 de abril nossa jornada começou… nós lhe contamos!

Quarta-feira – Boas Vindas!

É claro! Primeiro tivemos que aterrissar nesta experiência, tão desconhecida e fora de lugar para muitos. Assim, embarcamos no “avião”, bem guiados por nossas anfitriãs, com destino à terra de Jesus, Galiléia. Conhecemos diferentes facetas de pessoas com as quais Jesus havia se cruzado e cujas vidas haviam mudado. A chave desde o início foi clara: eu quero deixar Jesus mudar minha vida? No entanto, nós ainda viemos com nossas máscaras como “noivas e noivos”, “Madalenas”, “Caifás”, “pagãos”, “pescadores”… no meio do turbilhão de nossas rotinas. E cuidado! porque a atmosfera até aquele momento não era muito diferente daquela Jerusalém que elogiava Jesus, montado em seu burro, sem saber de tudo o que ia acontecer, ao ritmo de “Hosana Hei, Hosana Ha”. Além disso, celebramos a acolhida de nossos jovens à experiência com um presente do “The Spectator’s Guide”, um livro que os acompanharia ao longo da experiência. E, justamente naquele momento em que tudo é alegria, vem o Spoiler que todos nós conhecemos: “Jesus sempre esteve lá, vivo e acessível a você”. Mas como? No meio da capela, na forma de adoração, Cristo Eucaristia nos lembrou que ele sempre esteve ao nosso lado. Nessa lembrança, em meio a essa “como posso ser grato por tanta bênção…”, só podemos ser nós mesmos, sem máscaras ou disfarces. E este foi talvez o primeiro encontro em que Jesus cruzou suas vidas e começou a dirigir o filme desses dias.

Quinta-feira – Entrega

Dias bons e amorosos! Sim, é quinta-feira santa, o dia do amor fraterno, da doação. Está claro para todos nós que a história da última ceia está chegando, o lava-pés, o “amem-se como eu os amei”… mas como isso ressoa em minha vida? O que eu gostaria que acontecesse se hoje fosse o último dia com meus amigos? Começa uma montanha-russa de emoções. Durante toda a manhã, fazemos rodízio em vários seminários nos quais começamos a aprofundar a complexidade do AMOR. Antes de tudo, “colocamos sobre a mesa” aquelas coisas, pessoas, lugares, limites que dar amor e deixar-se amar implica, e não somente por nós ou por outros, mas também por Deus. Em segundo lugar, nós nos permitimos lavar nossos pés, o que eu quero limpar em minha vida, sou um servo, a fim de abrir as portas para a possibilidade de receber o sacramento da reconciliação. Em terceiro lugar, o que eu quero deixar neste mundo? Paramos para pensar em como eu quero que outros se lembrem de mim, isto é, o que eu quero que o sentido de minha vida seja, aquilo que me compromete a viver mais e melhor. Mas, não parou por aí e decidimos viver com dedicação e compromisso. Neste quarto momento, nos tornamos aquele pedaço de pão que pode ser tomado, partido, abençoado e compartilhado porque me aceito a mim mesmo, mas também me entrego aos outros para que juntos, como comunidade, possamos começar a compartilhar nossas virtudes, mas também nossas “deficiências”. E finalmente, como ele nos disse, “faça o mesmo”. Terminamos com uma oficina na qual compreendemos melhor o significado da Eucaristia, de viver com um coração agradecido pelo encontro com Deus.

À tarde, começamos o tríduo pascal com a Ceia do Senhor. Nele, Diego González CMF explicou o significado de “amar até o fim”, de nos baixarmos para lavar os pés (mesmo que não seja o que se espera de nós) e de estarmos conscientes de que somos participantes do maior testamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros”. Então, estamos dispostos a nos deixar amar? Estamos dispostos a “dar nossa pele” pelos outros sem pedir nada em troca?

E, no final do dia, tivemos a oportunidade de velar com Cristo antes de sua morte, para passarmos juntos naquela Hora Santa. Nós nos colocamos em seu lugar e no de seus apóstolos, mas mesmo assistindo a uma parte do filme “A Paixão” não se consegue chegar próximo do sofrimento daquele momento. No entanto, conseguimos criar empatia com Judas e com cada uma de nossas traições, aquelas amarras que nos impedem de seguir adiante. Criamos empatia com Pedro e com cada um de nossos lamentos, aquelas lágrimas que são um sinal da frustração que vem de não sermos corajosos e defendermos daquilo em que realmente acreditamos e queremos. Mas também sentimos empatia com João e com cada uma de nossas impotências, aquelas pedras que nos pesam em nossa mochila. E: “Não sei o que você viu em mim”, mas naquela noite nos sentimos mais um discípulo amado, em cada uma de nossas histórias de vida, em cada uma de nossas vitórias e derrotas, em todos os nossos desejos que compartilhamos em silêncio do fundo do nosso coração naquela noite.

Sexta-feira Santa – Abraçando

A alegria do dia anterior e o estado de espírito mudaram. Tudo parece diferente. Jorge Ruiz CMF comemora seu 33º aniversário, mas o clima não é festivo. O que aconteceu? Talvez algo que acontece em nossa vida cotidiana se tenha tornado aparente: é verdade que vivemos, mas sem parar para reparar em cada uma das cruzes que muitas pessoas (e nós também) vivem ao nosso redor. E este foi o convite: coloque seus cinco sentidos à frente deste mistério! E assim vivemos nossa própria Via-Sacra particular, carregando a cruz e nos acompanhando. Passamos por cinco realidades diferentes: pobreza, migração, deficiência, maus tratos e assédio, pregados ao Calvário de Jesus e como era difícil sentir como as pessoas tão próximas a nós saboreavam, cheiravam, soavam e viam sua vida diária. Então, a questão estava no ar: qual será seu papel nesta jornada?

E, tempo para o silêncio! O deserto começa, aquele tempo longe de todo ruído, de parar o piloto automático e se conectar consigo mesmo: como eu me vejo, como os outros me veem e como Deus me vê. E nesse encontro para olhar como estou: se bem, regular ou mal, nossas vidas estão indo, para receber o abraço de Deus. Porque ele entregou sua vida, sem julgá-la, apenas para salvá-la. Então, o que motiva você a fazer o mesmo? Muitos aproveitaram o momento para receber o sacramento da reconciliação e acolher, mais uma vez, esse abraço.

À noite, celebramos a Paixão do Senhor. Graças a Manuel Peñalba CMF, pudemos entender melhor o que aquela mãe e aqueles amigos estavam sentindo quando de repente tudo chegou ao fim, quando ninguém entendia o que estava acontecendo. E o fato é que, nesses momentos, a única coisa que nos resta fazer é ficar em frente à cruz, adorando sua rendição, e não apenas de uma maneira qualquer: mas descalços. Porque sim, as cruzes de cada um de nós são solo sagrado que devemos abraçar e pelo qual também devemos cantar “Kyrie Eleison”, para que no meio da oração noturna possa ser aquela luz que nos ajuda a continuar caminhando no meio da incerteza, da dor, da solidão…

E foi assim que fechamos o dia junto com Maria, acompanhando-a em sua solidão e permitindo que ela nos acompanhe na nossa. Ali, em nosso meio, estava a cruz e Maria a seus pés. Entretanto, cada um de nós também estava amarrado à cruz com um fio, composto de quatro nós. Entretanto, esse fio começou com nosso Sim, esse desejo “Seja feito comigo”, foi o que nos ajudou a ser mais fortes “em minha fraqueza”, e nos ajudou a entender que “somente através e em seu amor” somos mais livres. Portanto, “sem medo de ser + livre”, decidimos deixar de estar amarrados à cruz e ser como Maria, pessoas que confiam e esperam que nem tudo acaba na cruz.

Sábado Santo – Silêncio

O sábado pode ser definido como um intervalo entre os atos (de uma peça). O cerne da história já passou: Jesus morreu e o resultado está se aproximando cada vez mais. Assim, em meio à espera e com grande expectativa de poder experimentar o Grande Spoiler, caminhamos em grupos até a ermida da Virgen del Espino (Los Molinos). E, como as primeiras comunidades, começamos a compartilhar nossa experiência, como Jesus tinha cruzado nosso caminho durante esses dias, em diferentes níveis, com diferentes facetas. E, sobretudo, com uma reflexão muito clara: como quero que Deus ressuscite hoje na minha vida? Assim, entrelaçamos nossos desejos com um fio, representando aquele mesmo tear claretiano que Deus estava tecendo entre nós, em cada celebração, partilha, refeição, jogo, canto… E percebemos que somos uma grande família, na qual todos nós damos, abraçamos e esperamos, enquanto Ele nos move e nos comove.

Vigília Pascal – Viver

No meio da escuridão, da fogueira, da “caminhada enquanto se tem luz”, escutando e revivendo a história da salvação, chega a hora de dizer novamente “Glória a Deus, Glória a seu Nome”. Não o procurem entre os mortos porque ele ressuscitou! e “ele ressuscitou hoje, ele vive entre nós”. No meio dos balões, as luzes, as canções, os abraços, a alegria, tudo faz sentido. De fato, somente cada um de nós poderia experimentar este spoiler de uma maneira tão especial e diferente pela prévia entrega e o abraço da Cruz. É por isso que ousamos “nascer de novo da água e do Espírito de Deus”, para renovar nossas promessas de fé. Celebrar que Cristo vive em cada um de meus atos de amor e também em cada uma de minhas cruzes, “E louvar-te, Senhor, meu Deus” é nossa maneira de agradecer-te por tanta bênção, por um ato tão generoso de rendição para ressuscitar um mundo “que sofre, mata e morre, desespera e enlouquece”. Com a ajuda de Jorge Ruiz CMF e Maripi Amigo HICM percebemos que a Vida Eterna é Jesus Cristo e que isso merece ser contado através de nossa própria vida, nossa própria história: que vivemos para sempre porque “Hoje o Senhor ressuscitou! E que nossa alegria não vem somente por causa daqueles brindes franceses que a Intendência (como sempre) tão amorosamente fez para nós, mas porque Deus nos ama, nos torna mais livres e nos quer vivos.

Créditos finais

Gratidão a todos os jovens corajosos que se deixaram amar e abraçar por Deus (mesmo conhecendo o spoiler), gratidão aos monitores, aos claretianos, às filhas do Coração de Maria e à administração. Todos eles, loucos, que se lançaram na aventura desta experiência. Mas, acima de tudo, gratidão a Deus por tornar esta experiência única e por cruzar nossas vidas e “deixar sua pele” para mim, para você e para aqueles que virão… Vamos aquecer nossos motores para novas experiências! Entre muitas outras, o próximo Caminho de Santiago (julho de 2022) e a JMJ Lisboa 2023.

24 de abril de 2022.

Madri, Espanha.

Categorias

Arquivos