A solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos Fieis Defuntos, que celebramos no dia seguinte, englobam em si, de modo muito especial, a fé na vida eterna. Embora estes dias enfoquem diante de nossos olhos o ineludível da morte, dão ao mesmo tempo testemunho da vida. Trata-se de dois dias grandes na Igreja que prolonga sua vida, de certa forma, em seus santos e em todos os que se prepararam nesta vida servindo a verdade e o amor.
Recordamos neste dia de novembro todos aqueles que nos precederam e os que se uniram a nós por diversos laços de carne, de fé, de vocação, de amizade, de trabalho, de proximidade, de caridade. Sua partida nos deixa irremediavelmente na alma uma sensação de solidão e de dor.
As Constituiões de 1971, antes de prescrever os sufrágios, faziam com simples palavras uma verdadeira homenagem de caridade para com os que nos precederam. O texto, embora corrigido, bem merece ser recordado: “Nossos irmãos que, depois de terem trabalhado na vinha do Senhor, descansam em Cristo aguardando a ressurreição e a vinda do mesmo, continuam unidos na caridade conosco que ainda peregrinamos. Por tanto, estamos obrigados a rogar a Deus por eles e a honrar seus corpos que foram vaso de eleição”.
No dia da Comemoração dos Defuntos convergimos nossos pensamentos naqueles irmãos nossos que, depois de deixarem este mundo, esperam alcançar a plenitude da união com Deus. Sabemos que a comunhão com estes irmãos não se interrompe com a morte. Não nos desinteressamos por eles depois da nossa despedida na liturgia das exéquias. Entram no mistério de Deus. Com a Igreja rogamos por eles a Deus. A intercessão por nossos defuntos, claretianos, familiares, bemfeitores atualiza nosso amor para com eles na fé no Deus Salvador. Em nossa intercessão fazemos sua memória diante de Deus e estabelecemos uma misteriosa solidariedade e comunhão, colocamos em ato nossa amizade e experimentamos esperança e consolo.