EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL
Este texto retrata as diversas faces da personalidade do Padre Claret, que não só foi pregador, escritor, administrador de sacramentos e curador, mas também perito em agricultura; isto nos ensina até onde chegava sua flexibilidade e sua entrega poliédrica para cooperar com o bem dos demais. Teve um talento especial para compreender as necessidades do povo e para buscar a resposta adequada.
Claret não aprendeu agricultura na casa paterna, já que sua família vivia da fabricação têxtil. Mas em Cuba teve que ampliar conhecimentos, precisamente para acudir aquela gente, maioritariamente camponesa. Possivelmente pensou que aquilo era o apostolado mais urgente e oportuno naquele momento, pois sabia muito bem que é difícil oferecer ideias e critérios religiosos a estômagos vazios.
Certo que não é comum um bispo escrever sobre assuntos agrícolas. Mas desde muitos contextos missionários podemos entender facilmente: há lugares em que o missionário faz de tudo; toca-lhe fazer de carteiro, enfermeiro, banqueiro, advogado, especialmente onde a organização sociopolítica não chega lá. Claro que não está preparado para tudo isso; Claret também não estava; mas empenhou-se em se preparar.
Felizmente já sabemos que a salvação não é a mera salvação das almas, como se dizia no tempo de Claret, embora ele tenha usado esta linguagem. A evangelização tem como objetivo a realização do plano de Deus, a glória de Deus, que consiste em que o homem viva, como disse Santo Irineu. E isto não é assunto intimista.
Somente o amor permite esta aproximação ‘encarnada’, esta comunhão com as alegrias e as esperanças dos destinatários da evangelização. Somente o amor fará com que o missionário não seja um burocrata acomodado em um status superior.
Que sensibilidade social e evangelizadora temos nós, você e eu? Precisamos aumentá-la ou corrigi-la?