À SANTIDADE PELO AMOR
“Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36). O evangelista Lucas transmite estas palavras de Jesus aos seus discípulos e a todos os que o escutavam. Mais tarde, no quadro da última ceia, ao despedir-se dos seus, lhes abriu seu coração e lhes confiou o mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13, 34). E, através do gesto do lava-pés (cf. Jo 13, 1ss), quis indicar-lhes em que consiste a lei do amor que deverá governar suas vidas a partir daquele momento.
A perfeição cristã consiste em amar a Deus e ao próximo e em deixar-se guiar por este amor. Um excelente comentário sobre este texto do livrinho “L’Egoismo vinto” o mesmo Claret faz em sua Autobiografia. Ali nos fala do seu desejo irresistível de que Deus seja conhecido, amado e servido. “Oh! meu Deus e meu Pai, fazei que vos conheça e vos faça conhecido; que vos ame e vos faça amado; que vos sirva e faça com que vos sirvam; que vos louve e vos faça louvado por todas as criaturas” (Aut 233). E a este desejo acrescenta a paixão que sente pelo homem e por sua felicidade: “Oh! meu Próximo, eu o amo, eu lhe quero bem por mil razões. Amo-o porque Deus assim o quer… Amo-o porque Deus o ama. Amo-o porque você foi criado por Deus à sua imagem e para o céu. Amo-o porque você foi redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Amo-o por tudo o que Jesus Cristo fez e sofreu por você e, em prova do amor que tenho por você, farei e sofrerei por você todas as penas e trabalhos, até à morte, se for necessário…” (Aut 448). Num dia como hoje, no ano de 1950, Claret era proclamado santo, era canonizado; assim se deixava constância de que estes desejos e afetos que dele recordamos não foram sentimentos estéreis, mas a energia profunda que regeu sua vida.
Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus. Quem se deixa guiar pelo amor nunca se perde. Este é o grande ensinamento de Jesus. Este é o caminho que satisfaz os desejos mais profundos do coração humano.