FAZER COM OUTROS
Este parágrafo da carta de Claret em que rejeita a nomeação de Arcebispo expressa um sentimento paterno com respeito à associação missionária que acaba de fundar. Coloca em relevo o problema da escassez de evangelizadores e o desejo, muito vivo embora às vezes latente, de que o povo precisa ser evangelizado; mas na Espanha daquele tempo, por causa da expulsão dos religiosos, quatorze anos antes, pouco havia de pregação e de catequese.
Claret também diz que um grupo de evangelizadores conseguirá fazer melhor colheita que pessoas isoladas na seara do Senhor. Claret se entristecia ao ver que muitos ministros ordenados do seu tempo não mostravam muito interesse pela pregação ou não estavam preparados para a mesma. Constata com grande dor que há “grande falta de pregadores evangélicos e apostólicos”.
Evangelizar não é dar uma palestra religiosa; é mais, é um anúncio poderoso e continuado da pessoa de Cristo. Em toda evangelização Cristo deveria fazer-se presente diante do povo em virtude das palavras do Eraldo. Ele tem que conduzir o povo a experimentar Cristo, por isso ele mesmo deve experimentar a presença de Cristo em sua vida. As palavras que saiam da sua boca deverão ser as próprias palavras de Jesus. Por isso, antes de tudo, deverá estar familiarizado com a Palavra de Deus, que explicará nas diversas ações pastorais ou litúrgicas com o povo.
É muito bela e eficaz a preparação da homilia por vários sacerdotes juntos e também a de um sacerdote com um grupo de sua comunidade. Somam-se pontos de vista e sentimentos, com o consequente enriquecimento espiritual de todos.
Para Claret era importantíssimo este “fazer com outros”. Por isso colocou em marcha seu grupo de missionários e numerosas associações apostólicas de leigos. Oxalá seu espírito e entusiasmo continuem vivos em nossas paróquias e comunidades de evangelizadores.